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Wednesday, March 03, 2004

LONGE

Penso em ti como num outono que fica longe.
De tão despida, minha alma ajusta-se mal
Ao frio que pende da tua sombra.
Quem te ensinará de novo os frutos
E as flores
E os nomes proibidos
E as pedras do caminho?

Que fizeste, meu amor, das minhas mãos nas tuas?

Deixa o meu coração correr como um palhaço pobre,
Olha como os meus olhos fingem que não há lágrimas
E sem dizer o teu nome chamam por ti
As minhas mãos esquecidas.

Que hei-de fazer até florir a noite?

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