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Monday, January 26, 2004

Elogio da Morte


A morte não me assombra, nem me assusta,
Não me causa arrepio, medo ao menos,
Pois, vendo-a como os mártires, não custa
Vê-la também como os heróis helenos.
É a mesma deusa redentora e augusta
De sorriso velado e olhos serenos,
Impassível e fria, porque é justa,
Mas amável e bela como Vênus.

Sob o véu de mistério em que se encobre,
Para dos homens se tornar temida,
Vêem-na o rude, o mau, o triste, o pobre...

Mas eu a vejo em mármore esculpida,
Com o eterno semblante calmo e nobre,
Que não muda de aspecto como a vida.


Da Costa e Silva

Tuesday, January 20, 2004

Pardi uma tro-grafia tua
lá prós lados da Várzea.
Se fores pra lá e Virza
Trázea

Friday, January 16, 2004

Solidão

Na rua onde eu moro só eu moro,
na rua onde eu passo ninguém passa;
na casa em que habito há um namoro,
vem frémita a tristeza e me abraça...

Se eu, por desventura, me demoro,
que triste e só e gélida é a praça!
As sombras já crepitam desaforo,
levanta-se um silêncio de desgraça...

Na rua onde eu moro só eu sei
os passos devagar que nela dei,
e sempre lá regresso, cedo ou ébrio;

Ocupo o velho trono como um rei
na casa onde reina uma só lei:
cumprir todos os dias do meu tédio

Norberto Cardoso

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