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Tuesday, September 02, 2003

Fui um dia ao Maranhão
Beber um copo de vinho;
Apanhei lá um pifão
Saí todo em desalinho!

Aquilo tinha que ver
Que efeito o vinho faz:
Quanto mais queria beber
Mais me sentia audaz!

Eu era o mais valente
Em todos dava uma abada;
Mas bebi uma aguardente:
Eu já não valia nada!

- Já não bebe aqui mais vinho
Você já está meio tonto;
Se parte aqui o focinho
Eu é que me lixo e pronto!

- Eu cá não tenho focinho
E quero mas é beber!
Grosso está o seu paizinho
Acredite, pode crer!

Que triste figura a minha.
Atiraram-me p’ra rua,
Como uma coisa mesquinha
Senti-me mal, alma nua!

Vim a pé para Avis
Valente? Fiquei aflito:
Quando vi uma perdiz
Que me fazia um manguito!

E disse com meus botões:
Anda! Tu, tu és capaz;
P’ra chegares aos Covões
Não podes andar para trás!

Era um passo para a frente
Eram dois passos p’ra trás;
Nem via passar a gente
Que ria cá do rapaz!

Só sei que cheguei a casa
Ao fim de muitas horas;
Com o grãozinho na asa
Eu já não tinha melhoras!

Deitei-me, a cama à roda
Eu bem a queria parar;
Aquilo era uma grande f...
Acabei por vomitar!

De manhã, no outro dia
Nem me sustinha de pé;
Mas porque é que bebia
Sabendo eu como é?

E ali, sem convicção
Jurei a Baco, santinho:
Não mais vou ao Maranhão
Para beber um copinho!




DO CASTELO, 02 DE SETEMBRO DE 2003
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